Durante muito tempo, o açúcar foi conhecido como o “sal indiano”.
Imagine a culinária contemporânea sem o açúcar. Para muitos, além da
perda inestimável de um sabor muito agradável, a inexistência deste
ingrediente tornaria impossível a preparação de vários pratos bastante
apreciados. Na verdade, o açúcar só começou a adentrar as cozinhas do
mundo a partir do século XVII, quando a mercadoria começou a ter uma
circulação significativa e se tornou mais acessível. Até então, qualquer
tipo de adoçamento era feito com mel e o sumo da cana.
Segundo os mais antigos relatos, o açúcar foi primitivamente relatado
quando o general Niarchos, subordinado do imperador macedônico
Alexandre, o Grande, foi encarregado de realizar a conquista da Índia
Oriental. Ao chegar à região, percebeu que os nativos realizavam o
consumo regular de um suco de cana fermentado capaz de produzir um tipo
de “mel” que não exigia o uso de abelhas. Foi então que os ocidentais
noticiaram a descoberta daquilo que eles chamavam de “sal indiano”.
Nesse primeiro instante, o açúcar era comercializado em pequenas
quantidades, tendo um valor muito elevado nos mercados gregos e romanos.
Somente em meados do século VII foi que o açúcar foi tomando
características mais próximas do produto que hoje consumimos. Por volta
de 650, os exércitos árabes conquistaram a Pérsia, região em que
existiam avançados estudos referentes ao desenvolvimento de técnicas que
facilitariam o transporte do açúcar através do seu refinamento.
Ao dominarem esse espaço, os árabes tiveram o interesse de plantar
mudas de cana em outras regiões em que o cultivo também pudesse
prosperar. Na Baixa Idade Média, o desenvolvimento das Cruzadas abriu
portas para que os cristãos viessem a conhecer um pouco melhor o produto
já consumido pelos árabes muçulmanos. No próprio Velho Mundo, a
presença dos árabes na Península Ibérica permitiu que, já no século XII,
os espanhóis de Andaluzia também conhecessem o doce produto.
Quando adotado pelos ocidentais, o açúcar era raramente utilizado
como tempero, tendo maior uso para a conservação de frutas e a
fabricação de remédios contra a Peste Negra. O raro emprego era em boa
parte justificado pelo valor elevado que o açúcar tinha no mercado da
época. Um relato britânico do século XIV dizia que a libra do açúcar era
vendida pelo valor de dois xelins. Em valores atuais, isso significa
dizer que um quilo de açúcar era vendido a aproximadamente cem dólares.
No início da Idade Moderna, algumas solenidades políticas e
religiosas eram realizadas em palácios tomados por esculturas feitas de
açúcar. Tal hábito conferia status aos que poderiam se dispor de grandes
quantidades para bancar esse tipo de luxo. A partir do século XVII, o
aumento das lavouras de cana no continente americano permitiu que os
valores do produto diminuíssem significativamente. Foi a partir de então
que o açúcar trilhou o afamado caminho e importância que tem na
culinária internacional.
Ainda bem que o preço ficou mais acessível para a gente poder se deliciar ainda mais...
--->Texto extraído de: http://www.brasilescola.com/curiosidades/historias-acucar.htm
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